ЯPG є Pσєsïα
sexta-feira, 8 de junho de 2012
domingo, 3 de junho de 2012
Fires At Midnight - Blackmore's Night
Fires At Midnight - Blackmore's Night
I stood out here once before
with my head held in my hands
for all that I known of this place
I could never understand
on the hills the fires burned at midnight
superstition plagued the air
sparks fly as the fires burn at midnight
the stars are out and magic is here...
I wished on the seven sisters
bring to me wisdom of age
all that's locked within the book of secrets
I longed for the knowledge of the sage...
on the hills the fires burned at midnight
superstition plagued the air
sparks fly as the fires burn at midnight
stars are out and magic is here
the stars are out and magic is here...
so, the sisters smiled to themselves
and they whispered as they shone
and it was from that very instant
I knew I would never be alone
while on the hills
the fires burned at midnight
superstition plagued the air
sparks fly out as the fires burn at midnight
stars are out and magic is here
the stars are out and magic is here...
many stars were long forgotten
many faded and became ghosts
still my sisters glittered down from heaven
always there when I needed them most...
and on the hills the fires burned at midnight
superstition plagued the air
sparks fly as the fires burn at midnight
stars are out magic is here
the stars are out magic is here...
I stood out here once before
with my head held in my hands
for all that I had known of this place
I could never understand
on the hills the fires burned at midnight
superstition plagued the air
sparks fly as the fires burn at midnight
stars are out and magic is here
the stars are out and magic is here
the stars are out and magic is here
the stars are out and magic is here
the stars are out and magic is here
Fogueiras à Meia-Noite (tradução)
Eu estive aqui uma vez
segurando minha cabeça nas mãos
por tudo que eu conheço deste lugar
eu nunca pude entender
nas colinas os fogos queimaram à meia-noite
superstição infestou o ar
faíscas voam enquanto os fogos queimam à meia-noite
as estrelas estão no céu e a magia está aqui
Eu pedi às sete irmãs
para que me tragam a sabedoria da idade
tudo o que está lacrado dentro do livro de segredos
Eu almejei o conhecimento do sábio...
refrão:
nas colinas os fogos queimaram à meia-noite
superstição infestou o ar
faíscas voam enquanto os fogos queimam à meia-noite
as estrelas estão no céu e a magia está aqui
as estrelas estão no céu e a magia está aqui...
assim, as irmãs sorriram para elas mesmas
e elas sussurravam enquanto brilhavam
e foi naquele instante que
Soube que eu nunca estaria só
Enquanto nas colinas
os fogos queimavam à meia-noite
superstição infestou o ar
faíscas voam como os fogos queimam à meia-noite
as estrelas estão no céu e a magia está aqui
as estrelas estão no céu e a magia está aqui...
muitas estrelas foram esquecidas há tempos
muitas desapareceram e se tornaram fantasmas
Ainda assim minhas irmãs brilharam do céu
sempre lá quando eu mais precisei delas
nas colinas os fogos queimaram à meia-noite
superstição infestou o ar
faíscas voam enquanto os fogos queimam à meia-noite
as estrelas estão no céu e a magia está aqui...
terça-feira, 20 de setembro de 2011
ARABELLA - Tomo I {Heresia}
Cap. 5
Fuga
Arabella estava sentada na soleira da cabana, limpando os peixes que havia pescado ao alvorecer. Já faziam mais de três meses que morava na ermita com o padre Thimoty, e todas as manhãs o velho ia para uma pequena clareira no meio da floresta, fazer suas orações, enquanto a garota providenciava o desjejum. Terminou de limpar os peixes, colocando-os em um cesto de vime. Jogou algumas ervas por cima, e cobriu a cesta com uma toalha de linho cru que ela mesma havia feito. O eremita providenciara para a garota semanas atrás um fuso e um tear, e conseguira linho, algodão, agulhas e linhas coloridas. Ela sabia fazer tecidos e bordados com algum capricho, e já havia enfeitado a cabana com toalhas, cortinas, tecendo também uma bela toalhinha decorada com pequenas cruzes para o oratório do padre.
Enterrou os restos do peixe a alguma distância da cabana, e quando retornou arrebatou a cesta e se dirigiu à cozinha. Enquanto preparava a comida, tentava lembrar o sonho horrível que tivera. Nele, a cabana do eremita estava em chamas, e de dentro dela o velho gritava para que ela corresse, enquanto um tropel de cavalos parecia perseguí-la, e ela tropeçava nas raízes das árvores enquanto fugia. Quando parecia que iriam alcançá-la, ela acordou assustada e ensopada de suor. Não havia amanhecido ainda, mas como ela não conseguia mais dormir, caminhou em direção ao riacho com um anzol e uns petiscos de isca, para refletir enquanto pescava.
Porém, quanto mais pensava no sonho, mais assustada ficava, então resolveu esquecê-lo e concentrar-se na tarefa que estava fazendo naquele momento, pois quase derrubara o tacho de ferro em seu pé quando foi tirá-lo da prateleira. Fritou os peixes com a manteiga de cabra que fizera na tarde do dia anterior, e serviu junto com duas fôrmas de pão que já estavam sendo aquecidas. Terminou mais cedo do que de costume, e como estava faminta, não esperou o eremita para começar a comer. Enquanto remexia o peixe à procura de espinhas, pensava novamente no sonho. Era tão medonho que parecia real. Gostava daquele velho, ele cuidou dela como um pai, e não queria que nada de mal lhe acontecesse, ainda mais por sua causa. Sabia que poderia estar sendo procurada, e nesse caso o padre Thimoty poderia ter problemas por ter lhe abrigado. Contudo, foi só um sonho. Por que estava com tanto medo assim?
Confusa, deslizou distraidamente os dedos pela nuca, encontrando a corrente do medalhão que sempre trazia escondido por sob as vestes. Sua mãe o guardava com enorme carinho, dizendo-lhe que tinha pertencido ao pai dela, mas disse também que ela não poderia revelar isso a ninguém. Não fazia idéia do porquê, mas jamais mostrou a jóia a pessoa alguma, por mais que confiasse nela. Tirou-o do pescoço, e ficou observando o diamante negro lapidado em forma de corvo no centro do medalhão de prata. Era tudo o que restava da sua família.
Súbito, o eremita entrou na cozinha. Arabella estava tão distraída que não havia escutado ele chegar, e se levantou assustada, deixando cair o medalhão. Ela fez menção de abaixar para pegá-lo, mas Thimoty a interrompeu com um gesto, olhando sério para ela, como da vez que a garota demonstrara sua animosidade contra a Igreja. Arabella empalideceu, vendo seu segredo mais precioso caído no chão. O velho caminhou em direção a ela, abaixando-se para pegar a jóia, que ergueu diante dos olhos. Seu semblante estava terrivelmente impassível.
– Onde você pegou isso?
– Eu não roubei! – falou, um pouco mais alto do que pretendia. – Era da minha mãe. Ela disse que ganhou do meu pai, quando eles se conheceram.
– E onde está seu pai agora?
– Morreu antes que eu pudesse conhecê-lo.
Arabella contou ao velho sua história. Enquanto o fazia, parecia que um enorme peso lhe era tirado das costas. O padre ouviu com paciência, respeitando os momentos de silêncio onde ela parecia ter que criar mais coragem para continuar. Quando ela terminou, ele olhou nos olhos da garota, com um ar de incredulidade perpassando seu rosto, mas pareceu concluir que ela não estava mentindo, e lhe devolveu o medalhão.
– Tudo bem. Mas guarde bem essa jóia, criança! Ela não é tão preciosa quanto sua vida. E é uma pena que seja tão apegada a ela, pois talvez fosse melhor até mesmo desfazer-se desse medalhão.
– O que quer dizer?
– Este é o brasão de uma das antigas famílias de nobres pagãos, que foram perseguidas e extintas pelos monges negros. Poucos deles sobreviveram, e apenas porque conseguiram provar que eram bons cristãos, e que, por temor a Deus, renunciaram às suas tradições. Se pegarem você com esse medalhão, temo que não sobreviva aos inquisidores, pois essa jóia a identifica como um deles, e se não puder explicar como veio parar em suas mãos, meus irmãos mais afoitos a tomariam por uma herege.
Ela pôs o medalhão de volta no pescoço, escondendo-o como sempre fazia.
– O que você fez com o crucifixo de sua mãe? – perguntou, de súbito, o eremita.
– Deixei-o com Ms. Hannah, como presente de despedida. – respondeu a moça, intrigada. Não se lembrava de ter mencionado a jóia da mãe.
O velho percebeu a confusão no semblante de Arabella, mas nada acrescentou. Caminhou lentamente até o oratório, sem olhar para a garota, e começou a reacender algumas velas que não resistiram à brisa da manhã. Ela lutou por um momento entre a vontade de descobrir como ele sabia do crucifixo, e o medo de parecer impertinente. Tinha a estranha sensação de que aquele medalhão era um símbolo de alguma coisa perigosa, e o padre reagiu de forma terrível a ele. Por fim, a sua curiosidade foi maior, e tomando o maior cuidado que podia ao escolher as palavras, perguntou.
– Senhor, me desculpe, mas não me recordo de...
– Ter mencionado o crucifixo? – completou o velho, ainda de costas. – Fui eu quem o deu de presente à sua mãe. Deu um longo suspiro, abaixando a cabeça.
– Eu conheci Madeleine quando era apenas uma garotinha. Uma boa menina, viva e inteligente, mas muito misteriosa. Como você, Arabella.
Voltou-se para a garota, que estava muda de espanto.
– Não lhe contarei esta história hoje. – emendou em um tom áspero. – Estou faminto! E preciso de mais velas, aquelas são as últimas!
A garota olhou desanimada para os tocos de velas cujas chamas tremiam com o vento. Não ia conseguir que o padre lhe contasse nada enquanto estivesse zangado pelo fato dela lhe guardar segredos, sobretudo segredos que poriam sua vida em risco. Teria que esperar que ele mesmo decidisse se deveria ou não confiar nela.
***
Dois dias depois, o velho Thimoty recebeu a visita do mensageiro de uma de suas benfeitoras. Ele trazia dois fardos muito bem arrumados de mantimentos, junto com um bilhete. O eremita leu o recado curto, escrito às pressas, e ergueu os olhos para o garoto à sua frente. O pedaço de papel em suas mãos estava assinado por Lady Alexia McFair, esposa do marquês e mais rico mercador de Weymouth. Nele, a marquesa recomendava que o padre fugisse para o norte, pois teve conhecimento, em um dos jantares do qual participara com seu marido, que Lord Landaff Moey, o Duque de Portland, havia contratado um grupo de mercenários para capturar uma jovem que se escondia na floresta, e eles provavelmente destruiriam qualquer coisa – ou pessoa – que tentasse lhes barrar o caminho.
– Eu vi os homens contratados pelo duque, senhor! – disse o rapaz. – Acho melhor seguir o conselho de Lady Alexia.
O eremita empalideceu. Atirou o bilhete nas chamas da lareira, e ficou olhando o fogo por um momento. Lembrou-se do medalhão da garota, e suspirou preocupado. Se encontrassem Arabella com aquela jóia, ela não teria a menor chance de sobreviver aos seus captores. Ele correu ao seu encontro, para alertá-la do perigo iminente, e a encontrou rachando lenha nos fundos da cabana.
– Arabella! – chamou.
A garota escorou o machado no toco onde trabalhava, e caminhou em direção ao eremita. Ele entrou na cozinha, acenando para que ela o seguisse, e se sentou à mesa. Arabella arrastou o banco para ficar diante dele, estranhando o comportamento de Thimoty. Ele a olhou profundamente, enquanto a moça torcia as mãos no colo, angustiada com seu silêncio prolongado. Por fim, o eremita inspirou profundamente, e começou a falar.
– Conheci sua mãe quando ainda era muito pequena, pois costumava visitar sua avó, Sibila Tyburn, ou Sibila “Dell”, como gostava de ser chamada, para tentar convertê-la ao Nosso Senhor. Madeleine era apenas uma criança, e gostava das histórias que eu contava, de modo que, na tentativa de transformar Sibila em cristã, creio ter conseguido tocar o coração da menina. Quando percebi isso, dei-lhe de presente meu crucifixo, na esperança de que ela se lembrasse de mim e do Senhor Jesus quando fizesse suas orações. Porém, como sabe, tive que renunciar ao convívio com os fiéis, sendo obrigado a viver em isolamento por todos esses anos. Me recusei a capturar uma das Famílias Antigas para os inquisidores, e quase fui encarcerado por isso. Apenas quando jurei tornar-me um eremita, me afastando dos fiéis e das ações da Igreja, os meus irmãos de hábito negro me deixaram partir.
“Hoje recebi uma carta de uma de minhas benfeitoras, um dos membros daquela família que tentei proteger. Seu nome é Lady Alexia McFair, e segundo ela, partiram de Portland, pouco depois de seu mensageiro, um grupo de mercenários à procura de alguém que se esconde nesta floresta. Quem os contratou foi Lord Moey, e tenho razões de sobra para acreditar que estão atrás de você. Ela me aconselhou a rumar para o norte e pedir proteção ao seu irmão, mas acho mais prudente permanecer aqui. Não acredito que fariam nada contra um velho padre, e posso tentar desviá-los de sua busca enquanto você foge. Deve rumar para o norte, em direção às profundezas do vale; lá talvez tenha mais chance de escapar. E não deve se demorar mais, se quiser ganhar alguma dianteira de seus captores.
Arabella levantou-se de um salto, correndo para arrumar sua mochila. Thimoty juntou às suas coisas um pequeno fardo de comida, não muito pesado, para não atrasá-la. Entregou-lhe também as tintas, penas e folhas de papel que sobraram das aulas, e a pele de urso na qual ela costumava dormir. E a sua bíblia.
– Já que deixou o crucifixo de sua mãe para trás, aceite isso como um presente de despedida. – disse, enquanto abençoava a garota. – Para que se lembre de mim, e do Senhor Jesus, durante sua jornada.
Arabella abraçou o velho por um momento, em seguida apressou-se a ir embora, cobrindo a cabeça com o capuz do manto para se proteger do ar frio que invadia a cabana pela porta aberta dos fundos, por onde desapareceu no meio da noite que começava a tingir o céu de negro. Corria sem descanso na escuridão da floresta, tentando não pensar no velho que ficara para trás. Vagou pelas árvores durante toda madrugada, deixando a maior distância possível entre ela e seus captores. Quando o cansaço ameaçou seus passos, diminuiu a marcha e prosseguiu. Ao amanhecer, encontrou uma margem do rio, onde a água corria mais veloz pelas pedras. Em seu caminho desconexo no meio do bosque começava uma subida, e ela resolveu parar para descansar. Encontrou um tronco oco próximo à margem; escondeu sua mochila, esgueirou-se para dentro da árvore, tentando não despedaçar a madeira podre, e adormeceu.
Porém, quanto mais pensava no sonho, mais assustada ficava, então resolveu esquecê-lo e concentrar-se na tarefa que estava fazendo naquele momento, pois quase derrubara o tacho de ferro em seu pé quando foi tirá-lo da prateleira. Fritou os peixes com a manteiga de cabra que fizera na tarde do dia anterior, e serviu junto com duas fôrmas de pão que já estavam sendo aquecidas. Terminou mais cedo do que de costume, e como estava faminta, não esperou o eremita para começar a comer. Enquanto remexia o peixe à procura de espinhas, pensava novamente no sonho. Era tão medonho que parecia real. Gostava daquele velho, ele cuidou dela como um pai, e não queria que nada de mal lhe acontecesse, ainda mais por sua causa. Sabia que poderia estar sendo procurada, e nesse caso o padre Thimoty poderia ter problemas por ter lhe abrigado. Contudo, foi só um sonho. Por que estava com tanto medo assim?
Confusa, deslizou distraidamente os dedos pela nuca, encontrando a corrente do medalhão que sempre trazia escondido por sob as vestes. Sua mãe o guardava com enorme carinho, dizendo-lhe que tinha pertencido ao pai dela, mas disse também que ela não poderia revelar isso a ninguém. Não fazia idéia do porquê, mas jamais mostrou a jóia a pessoa alguma, por mais que confiasse nela. Tirou-o do pescoço, e ficou observando o diamante negro lapidado em forma de corvo no centro do medalhão de prata. Era tudo o que restava da sua família.
Súbito, o eremita entrou na cozinha. Arabella estava tão distraída que não havia escutado ele chegar, e se levantou assustada, deixando cair o medalhão. Ela fez menção de abaixar para pegá-lo, mas Thimoty a interrompeu com um gesto, olhando sério para ela, como da vez que a garota demonstrara sua animosidade contra a Igreja. Arabella empalideceu, vendo seu segredo mais precioso caído no chão. O velho caminhou em direção a ela, abaixando-se para pegar a jóia, que ergueu diante dos olhos. Seu semblante estava terrivelmente impassível.
– Onde você pegou isso?
– Eu não roubei! – falou, um pouco mais alto do que pretendia. – Era da minha mãe. Ela disse que ganhou do meu pai, quando eles se conheceram.
– E onde está seu pai agora?
– Morreu antes que eu pudesse conhecê-lo.
Arabella contou ao velho sua história. Enquanto o fazia, parecia que um enorme peso lhe era tirado das costas. O padre ouviu com paciência, respeitando os momentos de silêncio onde ela parecia ter que criar mais coragem para continuar. Quando ela terminou, ele olhou nos olhos da garota, com um ar de incredulidade perpassando seu rosto, mas pareceu concluir que ela não estava mentindo, e lhe devolveu o medalhão.
– Tudo bem. Mas guarde bem essa jóia, criança! Ela não é tão preciosa quanto sua vida. E é uma pena que seja tão apegada a ela, pois talvez fosse melhor até mesmo desfazer-se desse medalhão.
– O que quer dizer?
– Este é o brasão de uma das antigas famílias de nobres pagãos, que foram perseguidas e extintas pelos monges negros. Poucos deles sobreviveram, e apenas porque conseguiram provar que eram bons cristãos, e que, por temor a Deus, renunciaram às suas tradições. Se pegarem você com esse medalhão, temo que não sobreviva aos inquisidores, pois essa jóia a identifica como um deles, e se não puder explicar como veio parar em suas mãos, meus irmãos mais afoitos a tomariam por uma herege.
Ela pôs o medalhão de volta no pescoço, escondendo-o como sempre fazia.
– O que você fez com o crucifixo de sua mãe? – perguntou, de súbito, o eremita.
– Deixei-o com Ms. Hannah, como presente de despedida. – respondeu a moça, intrigada. Não se lembrava de ter mencionado a jóia da mãe.
O velho percebeu a confusão no semblante de Arabella, mas nada acrescentou. Caminhou lentamente até o oratório, sem olhar para a garota, e começou a reacender algumas velas que não resistiram à brisa da manhã. Ela lutou por um momento entre a vontade de descobrir como ele sabia do crucifixo, e o medo de parecer impertinente. Tinha a estranha sensação de que aquele medalhão era um símbolo de alguma coisa perigosa, e o padre reagiu de forma terrível a ele. Por fim, a sua curiosidade foi maior, e tomando o maior cuidado que podia ao escolher as palavras, perguntou.
– Senhor, me desculpe, mas não me recordo de...
– Ter mencionado o crucifixo? – completou o velho, ainda de costas. – Fui eu quem o deu de presente à sua mãe. Deu um longo suspiro, abaixando a cabeça.
– Eu conheci Madeleine quando era apenas uma garotinha. Uma boa menina, viva e inteligente, mas muito misteriosa. Como você, Arabella.
Voltou-se para a garota, que estava muda de espanto.
– Não lhe contarei esta história hoje. – emendou em um tom áspero. – Estou faminto! E preciso de mais velas, aquelas são as últimas!
A garota olhou desanimada para os tocos de velas cujas chamas tremiam com o vento. Não ia conseguir que o padre lhe contasse nada enquanto estivesse zangado pelo fato dela lhe guardar segredos, sobretudo segredos que poriam sua vida em risco. Teria que esperar que ele mesmo decidisse se deveria ou não confiar nela.
***
Dois dias depois, o velho Thimoty recebeu a visita do mensageiro de uma de suas benfeitoras. Ele trazia dois fardos muito bem arrumados de mantimentos, junto com um bilhete. O eremita leu o recado curto, escrito às pressas, e ergueu os olhos para o garoto à sua frente. O pedaço de papel em suas mãos estava assinado por Lady Alexia McFair, esposa do marquês e mais rico mercador de Weymouth. Nele, a marquesa recomendava que o padre fugisse para o norte, pois teve conhecimento, em um dos jantares do qual participara com seu marido, que Lord Landaff Moey, o Duque de Portland, havia contratado um grupo de mercenários para capturar uma jovem que se escondia na floresta, e eles provavelmente destruiriam qualquer coisa – ou pessoa – que tentasse lhes barrar o caminho.
– Eu vi os homens contratados pelo duque, senhor! – disse o rapaz. – Acho melhor seguir o conselho de Lady Alexia.
O eremita empalideceu. Atirou o bilhete nas chamas da lareira, e ficou olhando o fogo por um momento. Lembrou-se do medalhão da garota, e suspirou preocupado. Se encontrassem Arabella com aquela jóia, ela não teria a menor chance de sobreviver aos seus captores. Ele correu ao seu encontro, para alertá-la do perigo iminente, e a encontrou rachando lenha nos fundos da cabana.
– Arabella! – chamou.
A garota escorou o machado no toco onde trabalhava, e caminhou em direção ao eremita. Ele entrou na cozinha, acenando para que ela o seguisse, e se sentou à mesa. Arabella arrastou o banco para ficar diante dele, estranhando o comportamento de Thimoty. Ele a olhou profundamente, enquanto a moça torcia as mãos no colo, angustiada com seu silêncio prolongado. Por fim, o eremita inspirou profundamente, e começou a falar.
– Conheci sua mãe quando ainda era muito pequena, pois costumava visitar sua avó, Sibila Tyburn, ou Sibila “Dell”, como gostava de ser chamada, para tentar convertê-la ao Nosso Senhor. Madeleine era apenas uma criança, e gostava das histórias que eu contava, de modo que, na tentativa de transformar Sibila em cristã, creio ter conseguido tocar o coração da menina. Quando percebi isso, dei-lhe de presente meu crucifixo, na esperança de que ela se lembrasse de mim e do Senhor Jesus quando fizesse suas orações. Porém, como sabe, tive que renunciar ao convívio com os fiéis, sendo obrigado a viver em isolamento por todos esses anos. Me recusei a capturar uma das Famílias Antigas para os inquisidores, e quase fui encarcerado por isso. Apenas quando jurei tornar-me um eremita, me afastando dos fiéis e das ações da Igreja, os meus irmãos de hábito negro me deixaram partir.
“Hoje recebi uma carta de uma de minhas benfeitoras, um dos membros daquela família que tentei proteger. Seu nome é Lady Alexia McFair, e segundo ela, partiram de Portland, pouco depois de seu mensageiro, um grupo de mercenários à procura de alguém que se esconde nesta floresta. Quem os contratou foi Lord Moey, e tenho razões de sobra para acreditar que estão atrás de você. Ela me aconselhou a rumar para o norte e pedir proteção ao seu irmão, mas acho mais prudente permanecer aqui. Não acredito que fariam nada contra um velho padre, e posso tentar desviá-los de sua busca enquanto você foge. Deve rumar para o norte, em direção às profundezas do vale; lá talvez tenha mais chance de escapar. E não deve se demorar mais, se quiser ganhar alguma dianteira de seus captores.
Arabella levantou-se de um salto, correndo para arrumar sua mochila. Thimoty juntou às suas coisas um pequeno fardo de comida, não muito pesado, para não atrasá-la. Entregou-lhe também as tintas, penas e folhas de papel que sobraram das aulas, e a pele de urso na qual ela costumava dormir. E a sua bíblia.
– Já que deixou o crucifixo de sua mãe para trás, aceite isso como um presente de despedida. – disse, enquanto abençoava a garota. – Para que se lembre de mim, e do Senhor Jesus, durante sua jornada.
Arabella abraçou o velho por um momento, em seguida apressou-se a ir embora, cobrindo a cabeça com o capuz do manto para se proteger do ar frio que invadia a cabana pela porta aberta dos fundos, por onde desapareceu no meio da noite que começava a tingir o céu de negro. Corria sem descanso na escuridão da floresta, tentando não pensar no velho que ficara para trás. Vagou pelas árvores durante toda madrugada, deixando a maior distância possível entre ela e seus captores. Quando o cansaço ameaçou seus passos, diminuiu a marcha e prosseguiu. Ao amanhecer, encontrou uma margem do rio, onde a água corria mais veloz pelas pedras. Em seu caminho desconexo no meio do bosque começava uma subida, e ela resolveu parar para descansar. Encontrou um tronco oco próximo à margem; escondeu sua mochila, esgueirou-se para dentro da árvore, tentando não despedaçar a madeira podre, e adormeceu.
Trecho de ARABELLA
domingo, 24 de julho de 2011
{LUTO} Amy Winehouse
Homenagem do blog a mais uma alma talentosa que estava aqui neste mundo só de passagem!
sábado, 23 de julho de 2011
ARABELLA - Tomo I {Heresia}
Cap. 4
Em Portland, os servos do castelo de Lord Moey não paravam de trabalhar desde cedo. Haveria um jantar à noite, onde um dos convidados era o próprio Lord Alexander Frost, Conde de Dorset. Um dos vassalos do duque, o Marquês Joseph McFair, estava prosperando rapidamente em seus negócios com os comerciantes de Veneza, que traziam para o reino as iguarias do oriente, bem como artigos para as principais feiras do condado. Lord Frost pretendia conhecer este homem cuja frota de navios trazia riquezas para Dorset. Mas corria um boato pelo palácio que o principal objetivo de Landaff com esse jantar era obter apoio do conde para capturar e levar a julgamento a filha da parteira que matara sua bela filha Mattie.
Todos sabiam do anúncio posto por Lord Moey, contratando mercenários para capturarem a garota. Ele havia espalhado arautos por todo o condado a alguns dias, e no fim daquela tarde chegaram três estranhos ao castelo, querendo falar com o duque. Os serviçais acreditavam que eles haviam sido contratados por seu senhor, pois ficaram para o jantar. Por isso, não foi surpresa quando dois deles desceram dos aposentos até o salão principal, que estava cheio de criados, todos eles bastante atarefados preparando o banquete de logo mais.
Os mercenários pareciam estrangeiros, dada a sua aparência não muito sutil. Um deles, de cabelos castanhos, usava um tecido xadrez em formato de saia – o kilt – como fazem os highlanders do norte da Escócia, enquanto o outro era um enorme ruivo com tranças e um grande machado, lembrando os antigos saxões que invadiram a Britânia séculos atrás. O terceiro, que não estava com eles, era um irlandês esguio de cabelos negros e olhos verdes, que carregava consigo uma espada e um alaúde, embora aparentasse ser forte demais para um músico, principalmente se comparado a Michael Summers, o menestrel da corte de Moey, e outros menestréis que se vêem nos pomposos salões dos nobres.
O escocês se aproximou de uma das criadas, perguntando pela castelã, e a garota apontou para uma senhora robusta no meio da sala que gesticulava de forma a comandar o enxame de servos, que entrava e saía pelas portas do salão. Em seguida, a jovem criada se esquivou dos guerreiros e retornou aos seus afazeres. Os mercenários se dirigiram à castelã, que já os havia visto e os aguardava em silêncio enquanto atravessavam o salão em sua direção.
– Com licença, minha senhora. – falou o escocês – Meu nome é Bruce McLaggen, e meu amigo se chama William Kent. Nós fomos contratados pelo Duque de Portland para procurar uma garota que estaria presente quando sua filha morreu. A senhora é?
– Ms. Lilly Finnegan. – respondeu, desconfiada. – O que querem de mim?
– Ms. Finnegan! – Bruce olhou mulher diretamente nos olhos, e prosseguiu cautelosamente. – A senhora viu a garota quando ela esteve aqui, certo? Poderia, por favor, nos dar qualquer informação que nos ajudasse a encontrar a pista da fugitiva?
– O que você quer saber sobre a menina, meu filho?
– Bem, Lord Moey nos contou que uma parteira chamada Madeleine foi solicitada por sua esposa para tratar da filha dele, Mattie, e que essa parteira a matou. O duque falou também que a garota que devemos capturar é a filha da parteira, que estava presente quando Mattie morreu. Acredito que a senhora saiba o que aconteceu com ela depois que as duas mulheres partiram do castelo, e isso talvez nos dê uma pista de seu paradeiro. Poderia me contar algo que talvez o duque não saiba?
A castelã olhou em volta, se certificando de que estava tudo em ordem, fez um gesto para que os rapazes a acompanhassem até um canto da sala, e começou a falar rápido e em voz baixa.
– Não devem dizer a ninguém que lhes contei essas coisas. – começa ela, um pouco insegura. – A parteira não teve culpa da morte da menina. Mattie estava grávida de quase seis luas, e acredito que a mãe dela tenha obrigado Madeleine a fazer o aborto. Quando a menina morreu, Lady Caroline nos proibiu de falar sobre o que aconteceu. Contou ao duque que Madeleine tinha sido chamada para curar Mattie de um descontrole das regras, e que em vez disso a parteira a matou com suas ervas. Madeleine foi queimada como bruxa, e agora Lord Moey quer caçar Arabella, a filha da parteira, apenas porque ela estava presente no dia que Mattie morreu, ajudando sua mãe, e por isso milorde acredita que a pobre garota ajudou a matar sua filha.
Bruce olhava espantado para a mulher. Ela continuou a falar, vendo que eles permaneciam calados, esperando para ouvir mais.
– Estou contando essas coisas para vocês porque meu senhor está sendo enganado. Conheci Madeleine, ela fez todos os meus cinco partos, e sei que era uma boa mulher. Quem matou Mattie foi a própria mãe dela, porque a menina estava apaixonada pelo filho do moleiro. Lady Caroline jamais permitiria que essa criança nascesse, nem que para isso precisasse matar sua própria filha, como de fato o fez. Mas se vocês disserem a alguém que lhes contei isso, será meu pescoço que estará na forca. Milady não costuma perdoar aqueles que traem sua confiança.
– Não se preocupe, Ms Finnegan. Não pretendemos revelar o que ficamos sabendo, e muito menos a fonte. Tenha certeza que não falaremos da senhora, nem do que nos contou agora.
Intrigados, os mercenários voltaram para os aposentos que haviam sido designado para eles, e quando entraram se depararam com o irlandês, que os aguardava dedilhando seu alaúde. Ele parecia bastante ansioso, a julgar pelo modo que largou o instrumento na cama quando eles entraram no quarto, então os dois se acomodaram para ouvir primeiro o que ele tinha a dizer.
– Eu explorei os corredores e entreouvi uma conversa interessante. Não foi dita em inglês, mas numa língua mais antiga, quase desconhecida, e pelo que eu pude compreender, tem pessoas nesse castelo que não querem que encontremos a menina.
– Como assim? – perguntou William.
– Escutei pelo vão da porta de um dos quartos uma conversa entre um lorde e sua esposa, e parece que a mulher está preocupada com o destino da tal Arabella. Disse que não podia permitir que a encontrassem.
– Pois nós também descobrimos coisas interessantes. – começou Bruce. – Encontramos a castelã no salão principal. Ela nos contou que a filha do duque estava grávida, e morreu quando a mãe obrigou a parteira a fazer o aborto. Parece que Lady Caroline é a verdadeira responsável pela morte de Mattie.
– É, amigos! – exclamou o galês. – Pelo jeito nós nos metemos em um vespeiro.
– Vespeiro ou não, o duque já nos adiantou parte da recompensa. – argumentou o escocês. – Além disso, nos deu três cavalos e um salvo-conduto com seu brasão. Partiremos ao amanhecer para procurar a garota, seja ela culpada ou não. Mas agora é melhor nos apressarmos. Lord Moey nos convidou para o jantar, pode ser que descubramos mais coisas interessantes lá. Procurem não beber muito.
– Ficarei atento aos convidados da festa. – concordou Ian, e eles se ocuparam em arrumar-se para o jantar logo mais.
***
Mais tarde, os rapazes desceram ao salão de jantar, sentando-se à mesa, onde identificaram Lord Alexander Frost à direita do duque, e sua esposa Caroline Moey sentada ao seu lado, os três conversando em voz baixa. Viram também o casal cuja conversa Ian havia escutado. O bardo perguntou ao comensal ao seu lado se os conhecia, e este informou que eram os McFair, marquês e marquesa de Weymouth. Informou também que Lord Moey oferecia este jantar para apresentar formalmente Lord Joseph McFair e sua esposa Alexia ao Conde de Dorset. O bardo olhou na direção dos dois, notando que eles discutiam algo aos cochichos, com as cabeças juntas e os rostos tensos.
Algum tempo depois, Moey ergueu-se de sua cadeira, acenando com um gesto para que os McFair fizessem o mesmo. Ele apresentou o casal ao conde e aos presentes, elogiando Lord McFair pelos seus bem sucedidos negócios com a França, que traziam excelentes produtos para as feiras, e riquezas para o condado. Lord Frost recompensou o marquês com algumas honrarias, e os três nobres em seguida começaram a conversar entre si, discutindo os planos que tinham para Dorset.
A ceia foi servida, e aos poucos o vinho foi tornando a festa mais barulhenta. No meio do salão, um menestrel animava a festa, cantando canções alegres e provocando os comensais a cantar também e a pedir canções. Era Michael Summers, menestrel do Duque de Portland, famoso por suas baladas épicas e canções de viagem. Bruce e William olhavam para o casal de Weymouth, que Ian O’Connel havia apontado, mas este observava atentamente a performance do menestrel.
Nesse momento, Michael fez um movimento amplo com as mãos, deixando visível uma marca na palma que, embora bastante apagada, Ian conseguiu identificar como sendo a estrela de cinco pontas, um dos símbolos mágicos da antiga religião pagã. Ele não tinha essa tatuagem, porque na Irlanda o cristianismo era forte demais para permitir que esse tipo de sinal passasse impune, mas sabia que na Inglaterra aquele era um sinal que marcava a iniciação dos bardos e das bruxas. Não compreendia porque a Inquisição ainda não havia descoberto a existência dos bardos, herdeiros dos segredos místicos dos antigos druidas daquelas terras. Talvez esse desinteresse se devesse ao fato de que bardos são artistas – e homens –, e por isso os padres não viam sinais de magia nessas tatuagens. Mas o mais interessante é que se tratava do menestrel da corte do próprio Duque de Portland. Será que Moey sabia que seu músico particular era um bardo?
William Kent, que não havia desviado o olhar dos McFair por um só momento, tirou O’Connel de seu devaneio com um leve empurrão em seu braço. Assim que conseguiu chamar a atenção dele, William fez um gesto discreto com a cabeça, convidando-o a ver o que estava acontecendo. Foi quando ele percebeu que os McFair estavam se levantando da mesa, expressando suas desculpas ao conde e aos anfitriões por estarem se retirando mais cedo. Os rapazes confabularam rapidamente sobre o que fariam em seguida, e decidiram se retirar também. Dirigiram-se até a cabeceira da mesa, e com a desculpa de terem que acordar cedo na manhã seguinte, saíram o mais rapidamente possível sem levantar suspeitas de suas intenções. Eles tentaram alcançar o casal antes que chegassem aos seus aposentos, mas quando chegaram à porta do quarto dos McFair, ela estava trancada. Bateram, mas não houve resposta. Tentaram uma segunda vez, e nada. Decidiram então dormir, porque de qualquer maneira deveriam realmente acordar cedo, pois partiriam para Dorchester na manhã seguinte. O irlandês tinha uma amiga naquela cidade, e talvez ela pudesse ajudá-los a encontrar a garota-bruxa que estavam caçando. Seu nome era Rayne Tyndale, e ela conhecia praticamente toda a Inglaterra, pois viajava com um grupo de artistas pelas feiras. Esperava encontrá-la em Dorchester, pois sua feira era a maior do condado, além de ser a cidade natal da garota, e ele sabia o quanto Rayne gostava daquele lugar.
Partiram ao amanhecer, depois de passarem pelas cozinhas para se despediram de Ms. Finnegan, que gentilmente os abasteceu com cereais, carne salgada e o pão seco, feito com quase nenhum fermento, para que não estragassem em poucos dias. Então eles apanharam os cavalos nos estábulos e seguiram viagem, contando que chegariam a Dorchester no início daquela tarde se cavalgassem a manhã inteira, sem descanso. Ao entrar na cidade, depararam-se com a feira já em seu final, e uma trupe de malabaristas se apresentava em um pequeno palco improvisado. Ian se aproximou da cesta de coleta e jogou algumas moedas, localizando Rayne no meio dos malabares. Ela retribuiu-lhe o olhar, acenando com a cabeça pra indicar que o vira, e continuou o espetáculo. Quando a apresentação terminou, ela se afastou da trupe e veio falar com o irlandês.
– Ora, se não é o meu velho amigo Ian O’Connel, o irlandês de dedos ágeis e língua ferina! – cumprimentou ela, zombeteira. – O que o traz a Dorset?
– Fui contratado pelo Duque de Portland para encontrar uma garota fugitiva. – respondeu o bardo. – Pode nos ajudar, Rayne?
– Ah, isso! – resmungou a garota. – Eu vi o anúncio da recompensa, Lord Moey mandou um dos seus arautos para cá. O que eu ganho se ajudar vocês?
– Que tal uma peça de ouro?
– Uma peça? Que mixaria! Cinco, e não se fala mais nisso!
Ian abriu os braços, divertido, estendendo a mão para a acrobata.
– A humilde e generosa Rayne Tyndale! Três moedas, então? Pelos velhos tempos?
A garota riu e apertou a mão do bardo.
– Fechado! Para onde pretendem ir?
– Lord Moey nos informou que a garota provavelmente se escondeu na floresta do Vale de Blackmore. – contou ele.
– Na floresta assombrada? – perguntou a acrobata, surpresa.
– Sim, ela fugiu para lá. Pode nos guiar pelo vale, Rayne?
– Bem, árvores não são minha especialidade, mas conheço um caçador que mora na entrada do vale. Seu nome é Luke Callot, e se há alguém no condado que conhece a Floresta de Blackmore, esse alguém é o Luke.
– Então vamos procurar esse caçador.
O grupo seguiu então para o Vale Blackmore, em busca do guia que os levaria para o coração da floresta assombrada.
Mercenários
Em Portland, os servos do castelo de Lord Moey não paravam de trabalhar desde cedo. Haveria um jantar à noite, onde um dos convidados era o próprio Lord Alexander Frost, Conde de Dorset. Um dos vassalos do duque, o Marquês Joseph McFair, estava prosperando rapidamente em seus negócios com os comerciantes de Veneza, que traziam para o reino as iguarias do oriente, bem como artigos para as principais feiras do condado. Lord Frost pretendia conhecer este homem cuja frota de navios trazia riquezas para Dorset. Mas corria um boato pelo palácio que o principal objetivo de Landaff com esse jantar era obter apoio do conde para capturar e levar a julgamento a filha da parteira que matara sua bela filha Mattie.
Todos sabiam do anúncio posto por Lord Moey, contratando mercenários para capturarem a garota. Ele havia espalhado arautos por todo o condado a alguns dias, e no fim daquela tarde chegaram três estranhos ao castelo, querendo falar com o duque. Os serviçais acreditavam que eles haviam sido contratados por seu senhor, pois ficaram para o jantar. Por isso, não foi surpresa quando dois deles desceram dos aposentos até o salão principal, que estava cheio de criados, todos eles bastante atarefados preparando o banquete de logo mais.
Os mercenários pareciam estrangeiros, dada a sua aparência não muito sutil. Um deles, de cabelos castanhos, usava um tecido xadrez em formato de saia – o kilt – como fazem os highlanders do norte da Escócia, enquanto o outro era um enorme ruivo com tranças e um grande machado, lembrando os antigos saxões que invadiram a Britânia séculos atrás. O terceiro, que não estava com eles, era um irlandês esguio de cabelos negros e olhos verdes, que carregava consigo uma espada e um alaúde, embora aparentasse ser forte demais para um músico, principalmente se comparado a Michael Summers, o menestrel da corte de Moey, e outros menestréis que se vêem nos pomposos salões dos nobres.
O escocês se aproximou de uma das criadas, perguntando pela castelã, e a garota apontou para uma senhora robusta no meio da sala que gesticulava de forma a comandar o enxame de servos, que entrava e saía pelas portas do salão. Em seguida, a jovem criada se esquivou dos guerreiros e retornou aos seus afazeres. Os mercenários se dirigiram à castelã, que já os havia visto e os aguardava em silêncio enquanto atravessavam o salão em sua direção.
– Com licença, minha senhora. – falou o escocês – Meu nome é Bruce McLaggen, e meu amigo se chama William Kent. Nós fomos contratados pelo Duque de Portland para procurar uma garota que estaria presente quando sua filha morreu. A senhora é?
– Ms. Lilly Finnegan. – respondeu, desconfiada. – O que querem de mim?
– Ms. Finnegan! – Bruce olhou mulher diretamente nos olhos, e prosseguiu cautelosamente. – A senhora viu a garota quando ela esteve aqui, certo? Poderia, por favor, nos dar qualquer informação que nos ajudasse a encontrar a pista da fugitiva?
– O que você quer saber sobre a menina, meu filho?
– Bem, Lord Moey nos contou que uma parteira chamada Madeleine foi solicitada por sua esposa para tratar da filha dele, Mattie, e que essa parteira a matou. O duque falou também que a garota que devemos capturar é a filha da parteira, que estava presente quando Mattie morreu. Acredito que a senhora saiba o que aconteceu com ela depois que as duas mulheres partiram do castelo, e isso talvez nos dê uma pista de seu paradeiro. Poderia me contar algo que talvez o duque não saiba?
A castelã olhou em volta, se certificando de que estava tudo em ordem, fez um gesto para que os rapazes a acompanhassem até um canto da sala, e começou a falar rápido e em voz baixa.
– Não devem dizer a ninguém que lhes contei essas coisas. – começa ela, um pouco insegura. – A parteira não teve culpa da morte da menina. Mattie estava grávida de quase seis luas, e acredito que a mãe dela tenha obrigado Madeleine a fazer o aborto. Quando a menina morreu, Lady Caroline nos proibiu de falar sobre o que aconteceu. Contou ao duque que Madeleine tinha sido chamada para curar Mattie de um descontrole das regras, e que em vez disso a parteira a matou com suas ervas. Madeleine foi queimada como bruxa, e agora Lord Moey quer caçar Arabella, a filha da parteira, apenas porque ela estava presente no dia que Mattie morreu, ajudando sua mãe, e por isso milorde acredita que a pobre garota ajudou a matar sua filha.
Bruce olhava espantado para a mulher. Ela continuou a falar, vendo que eles permaneciam calados, esperando para ouvir mais.
– Estou contando essas coisas para vocês porque meu senhor está sendo enganado. Conheci Madeleine, ela fez todos os meus cinco partos, e sei que era uma boa mulher. Quem matou Mattie foi a própria mãe dela, porque a menina estava apaixonada pelo filho do moleiro. Lady Caroline jamais permitiria que essa criança nascesse, nem que para isso precisasse matar sua própria filha, como de fato o fez. Mas se vocês disserem a alguém que lhes contei isso, será meu pescoço que estará na forca. Milady não costuma perdoar aqueles que traem sua confiança.
– Não se preocupe, Ms Finnegan. Não pretendemos revelar o que ficamos sabendo, e muito menos a fonte. Tenha certeza que não falaremos da senhora, nem do que nos contou agora.
Intrigados, os mercenários voltaram para os aposentos que haviam sido designado para eles, e quando entraram se depararam com o irlandês, que os aguardava dedilhando seu alaúde. Ele parecia bastante ansioso, a julgar pelo modo que largou o instrumento na cama quando eles entraram no quarto, então os dois se acomodaram para ouvir primeiro o que ele tinha a dizer.
– Eu explorei os corredores e entreouvi uma conversa interessante. Não foi dita em inglês, mas numa língua mais antiga, quase desconhecida, e pelo que eu pude compreender, tem pessoas nesse castelo que não querem que encontremos a menina.
– Como assim? – perguntou William.
– Escutei pelo vão da porta de um dos quartos uma conversa entre um lorde e sua esposa, e parece que a mulher está preocupada com o destino da tal Arabella. Disse que não podia permitir que a encontrassem.
– Pois nós também descobrimos coisas interessantes. – começou Bruce. – Encontramos a castelã no salão principal. Ela nos contou que a filha do duque estava grávida, e morreu quando a mãe obrigou a parteira a fazer o aborto. Parece que Lady Caroline é a verdadeira responsável pela morte de Mattie.
– É, amigos! – exclamou o galês. – Pelo jeito nós nos metemos em um vespeiro.
– Vespeiro ou não, o duque já nos adiantou parte da recompensa. – argumentou o escocês. – Além disso, nos deu três cavalos e um salvo-conduto com seu brasão. Partiremos ao amanhecer para procurar a garota, seja ela culpada ou não. Mas agora é melhor nos apressarmos. Lord Moey nos convidou para o jantar, pode ser que descubramos mais coisas interessantes lá. Procurem não beber muito.
– Ficarei atento aos convidados da festa. – concordou Ian, e eles se ocuparam em arrumar-se para o jantar logo mais.
***
Mais tarde, os rapazes desceram ao salão de jantar, sentando-se à mesa, onde identificaram Lord Alexander Frost à direita do duque, e sua esposa Caroline Moey sentada ao seu lado, os três conversando em voz baixa. Viram também o casal cuja conversa Ian havia escutado. O bardo perguntou ao comensal ao seu lado se os conhecia, e este informou que eram os McFair, marquês e marquesa de Weymouth. Informou também que Lord Moey oferecia este jantar para apresentar formalmente Lord Joseph McFair e sua esposa Alexia ao Conde de Dorset. O bardo olhou na direção dos dois, notando que eles discutiam algo aos cochichos, com as cabeças juntas e os rostos tensos.
Algum tempo depois, Moey ergueu-se de sua cadeira, acenando com um gesto para que os McFair fizessem o mesmo. Ele apresentou o casal ao conde e aos presentes, elogiando Lord McFair pelos seus bem sucedidos negócios com a França, que traziam excelentes produtos para as feiras, e riquezas para o condado. Lord Frost recompensou o marquês com algumas honrarias, e os três nobres em seguida começaram a conversar entre si, discutindo os planos que tinham para Dorset.
A ceia foi servida, e aos poucos o vinho foi tornando a festa mais barulhenta. No meio do salão, um menestrel animava a festa, cantando canções alegres e provocando os comensais a cantar também e a pedir canções. Era Michael Summers, menestrel do Duque de Portland, famoso por suas baladas épicas e canções de viagem. Bruce e William olhavam para o casal de Weymouth, que Ian O’Connel havia apontado, mas este observava atentamente a performance do menestrel.
Nesse momento, Michael fez um movimento amplo com as mãos, deixando visível uma marca na palma que, embora bastante apagada, Ian conseguiu identificar como sendo a estrela de cinco pontas, um dos símbolos mágicos da antiga religião pagã. Ele não tinha essa tatuagem, porque na Irlanda o cristianismo era forte demais para permitir que esse tipo de sinal passasse impune, mas sabia que na Inglaterra aquele era um sinal que marcava a iniciação dos bardos e das bruxas. Não compreendia porque a Inquisição ainda não havia descoberto a existência dos bardos, herdeiros dos segredos místicos dos antigos druidas daquelas terras. Talvez esse desinteresse se devesse ao fato de que bardos são artistas – e homens –, e por isso os padres não viam sinais de magia nessas tatuagens. Mas o mais interessante é que se tratava do menestrel da corte do próprio Duque de Portland. Será que Moey sabia que seu músico particular era um bardo?
William Kent, que não havia desviado o olhar dos McFair por um só momento, tirou O’Connel de seu devaneio com um leve empurrão em seu braço. Assim que conseguiu chamar a atenção dele, William fez um gesto discreto com a cabeça, convidando-o a ver o que estava acontecendo. Foi quando ele percebeu que os McFair estavam se levantando da mesa, expressando suas desculpas ao conde e aos anfitriões por estarem se retirando mais cedo. Os rapazes confabularam rapidamente sobre o que fariam em seguida, e decidiram se retirar também. Dirigiram-se até a cabeceira da mesa, e com a desculpa de terem que acordar cedo na manhã seguinte, saíram o mais rapidamente possível sem levantar suspeitas de suas intenções. Eles tentaram alcançar o casal antes que chegassem aos seus aposentos, mas quando chegaram à porta do quarto dos McFair, ela estava trancada. Bateram, mas não houve resposta. Tentaram uma segunda vez, e nada. Decidiram então dormir, porque de qualquer maneira deveriam realmente acordar cedo, pois partiriam para Dorchester na manhã seguinte. O irlandês tinha uma amiga naquela cidade, e talvez ela pudesse ajudá-los a encontrar a garota-bruxa que estavam caçando. Seu nome era Rayne Tyndale, e ela conhecia praticamente toda a Inglaterra, pois viajava com um grupo de artistas pelas feiras. Esperava encontrá-la em Dorchester, pois sua feira era a maior do condado, além de ser a cidade natal da garota, e ele sabia o quanto Rayne gostava daquele lugar.
Partiram ao amanhecer, depois de passarem pelas cozinhas para se despediram de Ms. Finnegan, que gentilmente os abasteceu com cereais, carne salgada e o pão seco, feito com quase nenhum fermento, para que não estragassem em poucos dias. Então eles apanharam os cavalos nos estábulos e seguiram viagem, contando que chegariam a Dorchester no início daquela tarde se cavalgassem a manhã inteira, sem descanso. Ao entrar na cidade, depararam-se com a feira já em seu final, e uma trupe de malabaristas se apresentava em um pequeno palco improvisado. Ian se aproximou da cesta de coleta e jogou algumas moedas, localizando Rayne no meio dos malabares. Ela retribuiu-lhe o olhar, acenando com a cabeça pra indicar que o vira, e continuou o espetáculo. Quando a apresentação terminou, ela se afastou da trupe e veio falar com o irlandês.
– Ora, se não é o meu velho amigo Ian O’Connel, o irlandês de dedos ágeis e língua ferina! – cumprimentou ela, zombeteira. – O que o traz a Dorset?
– Fui contratado pelo Duque de Portland para encontrar uma garota fugitiva. – respondeu o bardo. – Pode nos ajudar, Rayne?
– Ah, isso! – resmungou a garota. – Eu vi o anúncio da recompensa, Lord Moey mandou um dos seus arautos para cá. O que eu ganho se ajudar vocês?
– Que tal uma peça de ouro?
– Uma peça? Que mixaria! Cinco, e não se fala mais nisso!
Ian abriu os braços, divertido, estendendo a mão para a acrobata.
– A humilde e generosa Rayne Tyndale! Três moedas, então? Pelos velhos tempos?
A garota riu e apertou a mão do bardo.
– Fechado! Para onde pretendem ir?
– Lord Moey nos informou que a garota provavelmente se escondeu na floresta do Vale de Blackmore. – contou ele.
– Na floresta assombrada? – perguntou a acrobata, surpresa.
– Sim, ela fugiu para lá. Pode nos guiar pelo vale, Rayne?
– Bem, árvores não são minha especialidade, mas conheço um caçador que mora na entrada do vale. Seu nome é Luke Callot, e se há alguém no condado que conhece a Floresta de Blackmore, esse alguém é o Luke.
– Então vamos procurar esse caçador.
O grupo seguiu então para o Vale Blackmore, em busca do guia que os levaria para o coração da floresta assombrada.
Trecho de ARABELLA
quinta-feira, 23 de junho de 2011
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Roll a D6
Roll a D6*
In the basement rollin dice, I'm a wizard
When we play we do it right, candles flicker
Fighting dragons in my mind, (in my mind) just for kicks (kicks)
DM says you're gonna die, roll a D6!
Roll a D6, roll a D6
Na-na-na-na-now DM says you're gonna die, roll a D6!
Roll a D6, roll a D6
Na-na-na-na-now DM says you're gonna die, roll a D6!
Gimme perception check (check)
Make your damn roll worthwhile
Players love my style, at my table gettin wild
Got these schemes a plottin, I got my map and my cloak
Got the players heads a poppin, someone get me more Coke!
HELL YEAA
Level up! Lev- Level up!
Goblins all around me I be hackin em all up!
I be hackin em all up!
I be hackin em all up!
When there's Goblins all around me I be hackin em all up up up
In the basement rollin dice, I'm a wizard
When we play we think we fight giant lizards
Getting treasure piled high (piled high), Like the Rogue, Nyx
Steal a wallet from that guy? Roll a D6!
Roll a D6, roll a D6
Na-na-na-na-now Steal a wallet from that guy, roll a D6!
Roll a D6, roll a D6
Na-na-na-na-now Steal a wallet from that guy, roll a D6!
Keepin it keepin it wild, In the forest I got style,
I'm a level thirty ranger, I been playin for a while
This is how we live, every single night
Necromancer raise the dead , and let me see them fight (ight ight ight)
HELL YEAA
Raise em up, raise, raise em up!
Zombies all around me I be hackin them all up
I be hackin them all up
I be hackin them all up
When there zombies all around me I be hackin them all up up up
Sittin down here with these mice, I'm a wizard
When we play we go all night, eating twizzlers
Got my spell books piled high, (piled high) learning new tricks
Shooting lightning to the sky, (whispered) roll a D6!
Roll a D6, roll a D6
A HA HA HA HA Shooting lightning to the sky, roll a D6!
Roll a D6, roll a D6
A HA HA HA HA Shooting lightning to the sky, roll a D6!
Its that Dungeon Crawlin Beast make you put yo shields up
Make you put yo shields up, put yo, put yo shields up!
Its that Dungeon Crawlin Beast make you put yo shields up
Make you put yo shields up, put yo, put yo shields up!
HELL YEAAA Make you put yo shields up, put yo, put yo shields up!
HELL YEAAA Make you put yo shields up, put yo, put yo shields up!
In the basement rollin dice, I'm a wizard
When we play we do it right, candles flicker
Fighting dragons in my mind, (in my mind) just for kicks (kicks)
DM says you're gonna die, roll a D6
Roll a D6, roll a D6
HA ha ha ha ha DM says you're gonna die, roll a D6
Roll a D6, roll a D6
HA ha ha ha ha DM says you're gonna die, roll a D6
* Paródia da música "Like a G6", Far East Movement.
In the basement rollin dice, I'm a wizard
When we play we do it right, candles flicker
Fighting dragons in my mind, (in my mind) just for kicks (kicks)
DM says you're gonna die, roll a D6!
Roll a D6, roll a D6
Na-na-na-na-now DM says you're gonna die, roll a D6!
Roll a D6, roll a D6
Na-na-na-na-now DM says you're gonna die, roll a D6!
Gimme perception check (check)
Make your damn roll worthwhile
Players love my style, at my table gettin wild
Got these schemes a plottin, I got my map and my cloak
Got the players heads a poppin, someone get me more Coke!
HELL YEAA
Level up! Lev- Level up!
Goblins all around me I be hackin em all up!
I be hackin em all up!
I be hackin em all up!
When there's Goblins all around me I be hackin em all up up up
In the basement rollin dice, I'm a wizard
When we play we think we fight giant lizards
Getting treasure piled high (piled high), Like the Rogue, Nyx
Steal a wallet from that guy? Roll a D6!
Roll a D6, roll a D6
Na-na-na-na-now Steal a wallet from that guy, roll a D6!
Roll a D6, roll a D6
Na-na-na-na-now Steal a wallet from that guy, roll a D6!
Keepin it keepin it wild, In the forest I got style,
I'm a level thirty ranger, I been playin for a while
This is how we live, every single night
Necromancer raise the dead , and let me see them fight (ight ight ight)
HELL YEAA
Raise em up, raise, raise em up!
Zombies all around me I be hackin them all up
I be hackin them all up
I be hackin them all up
When there zombies all around me I be hackin them all up up up
Sittin down here with these mice, I'm a wizard
When we play we go all night, eating twizzlers
Got my spell books piled high, (piled high) learning new tricks
Shooting lightning to the sky, (whispered) roll a D6!
Roll a D6, roll a D6
A HA HA HA HA Shooting lightning to the sky, roll a D6!
Roll a D6, roll a D6
A HA HA HA HA Shooting lightning to the sky, roll a D6!
Its that Dungeon Crawlin Beast make you put yo shields up
Make you put yo shields up, put yo, put yo shields up!
Its that Dungeon Crawlin Beast make you put yo shields up
Make you put yo shields up, put yo, put yo shields up!
HELL YEAAA Make you put yo shields up, put yo, put yo shields up!
HELL YEAAA Make you put yo shields up, put yo, put yo shields up!
In the basement rollin dice, I'm a wizard
When we play we do it right, candles flicker
Fighting dragons in my mind, (in my mind) just for kicks (kicks)
DM says you're gonna die, roll a D6
Roll a D6, roll a D6
HA ha ha ha ha DM says you're gonna die, roll a D6
Roll a D6, roll a D6
HA ha ha ha ha DM says you're gonna die, roll a D6
* Paródia da música "Like a G6", Far East Movement.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Dá-lhe Alceu!!!
Alceu Valença, músico e compositor mostra sua opinião e seu apoio a Chico César, também músico e compositor, além de secretário estadual de cultura na Paraíba, no investimento de elementos fortes da cultura nordestina e brasileira, e na luta contra a mercantilização e dilapidação desse patrimônio.
O Forro Vivo!
Vejo com muito bons olhos – olhos atentos de quem há décadas observa os movimentos da cultura em nosso país – a iniciativa do Secretário de Cultura do Estado da Paraíba, Chico César, de “investir conceitualmente nos festejos juninos”, segundo comunicado oficial divulgado esta semana. Além de brilhante cantor e compositor, Chico tem se mostrado um grande amigo da arte também como um dos maiores gestores da cultura desse país.
A maneira mais fácil de dominar um povo – e a mais sórdida também – é despi-lo de sua cultura natural, daquilo que o identifica enquanto um grupamento social homogêneo, com linguagens e referências próprias. Festas como o São João e o carnaval, que no Brasil adquiriram status extraordinariamente significativo, tem sido vilipendiadas com a adesão de pretensos agentes culturais alienígenas mancomunados com políticas públicas mercantilistas sem o menor compromisso com a identidade de nosso povo, de nossas festas, e por que não, de nossas melhores tradições, no sentido mais progressista da palavra.
Sempre digo que precisamos valorizar os conceitos, para que a arte não se dilua em enganosas jogadas de marketing. No que se refere ao papel de uma secretaria ou qualquer órgão público, entendo que seu objetivo primordial seja o de fomentar, preservar e difundir a cultura de seu estado, muito mais do que simplesmente promover eventos de entretenimento fácil com recursos públicos. É preciso compreender esta diferença quando se fala de gestão de cultura em nosso país.
Defendo democraticamente qualquer manifestação artística, mas entendo que o calendário anual seja largo o suficiente para comportar shows de todos os estilos, nacionais ou internacionais. Por isso apóio a iniciativa de Chico em evitar que interesses mercadológicos enfiem pelo gargalo atrações que nada tem a ver com os elementos que fizeram das festas juninas uma das celebrações brasileiras mais reconhecidas em todo o mundo.
Lembro-me que da última vez que encontrei o mestre Luiz Gonzaga, num leito de hospital, este me pedia aos prantos: “não deixe meu forrozinho morrer”. Graças a exemplos como o de Chico César, o velho Lua pode descansar mais tranquilo. O forró de sua linhagem há de permanecer vivo e fortalecido sempre que houver uma fogueira queimando em homenagem a São João.
Alceu Valença
Alceu publicou esse manifesto em sua página oficial, segue o link: http://www.alceuvalenca.com.br/
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Literatura Fantástica e Rock'n'Roll em Salvador/BA
Literatura Fantástica e rock n’ roll fazem o encontro perfeito na noite do dia 20 de abril.
Serviço:
Bate-papo sobre Literatura Fantástica com Albarus Andreos e show da banda Fridha.
Onde: Teatro Eva Herz, Livraria Cultura
Salvador Shopping, av. Tancredo Neves
Quando: 20 de abril, 19 horas
Entrada Gratuita
Em pleno teatro da Livraria Cultura, duas artes se encontram. Albarus Andreos, escritor do livro A Fome de Íbus – O Livro do Dentes-de-Sabre propõe um bate-papo sobre literatura fantástica para escritores, amantes do gênero, ou apenas curiosos. Para finalizar, a banda de rock Fridha fecha a noite com suas músicas que passeiam do gutural ao melódico e letras que inspiram a reflexão, enquanto isso, Albarus Andreos estará disponível para autografar sua obra. Uma mistura de som, poesia e mistério.
Serviço:
Bate-papo sobre Literatura Fantástica com Albarus Andreos e show da banda Fridha.
Onde: Teatro Eva Herz, Livraria Cultura
Salvador Shopping, av. Tancredo Neves
Quando: 20 de abril, 19 horas
Entrada Gratuita
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Luto pelas crianças do Rio
Dada a recente tragédia acontecida no Rio de Janeiro, com a morte de 13 crianças inocentes graças a loucura de uma pessoa mentalmente comprometida, a equipe do ЯPG є Pσєsïα vem demonstrar sua solidariedade junto aos familiares e amigos das vítimas dessa tragédia.
Sabemos que o Brasil é palco das mais variadas tragédias e que vitimam muitas pessoas inocentes: desastres naturais, violência urbana e rural, negligência e descaso social. Nos últimos anos a esse quadro vem se somando o aumento dos casos de violentos surtos de psicopatia, e que culminaram na atual tragédia da Escola Municipal Tasso da Silveira, motivo maior pelo qual reforçamos nossa solidariedade. A seguir o link da carta completa do assassino, postada pelo site G1, demonstrado o grau de sua psicopatia: http://glo.bo/eA7GVv
Essa é uma lição para aqueles que costumam ser pouco solidários com as tragédias acontecidas em outros países, e acreditavam que algo do tipo não poderia acontecer no seu quintal.
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