sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A Tribo dos Elfos da Floresta

A chuva diminuiu, transformando-se numa garoa fria. Ainda chocados pelas revelações da elfa, os três rapazes caminhavam no mais absoluto silêncio, no que eram acompanhados por Raphael, que tinha seus próprios motivos para permanecer calado. Lia andava à frente do grupo, absorta em seus pensamentos. Ainda não sabia o que fazer quando chegasse à tribo. Seja como for, o rei estava morto, e não tinha uma rainha. Isso representava um grande problema, pois a Tribo dos Elfos da Floresta vem de uma linhagem milenar, e o Rei Ivellius era o último descendente dos seus fundadores. A tribo não se reergueria sem um soberano legítimo. Há trinta anos ela vivia com a certeza de que seu lar havia sido destruído pelos drows. Agora não sabia mais o que pensar.

Um leve estalo fez com que a elfa parasse de chofre. Os rapazes olharam atentos ao redor. Lentamente, três lobos saíram das sombras das árvores. Kraven e Dart, que estavam à frente, desembainharam as espadas.

O primeiro lobo saltou em cima da garota, que estendeu as mãos e agarrou sua pata, fazendo-o tremer e cair, como se tivesse recebido uma descarga elétrica. Os outros investiram contra o bardo e o guerreiro, que em pouco tempo deram cabo deles.

– Até que enfim, alguma diversão! – exclamou o elfo, fazendo seus companheiros rirem e descontraírem-se.

Continuaram caminhando em silêncio, porém menos tensos. Atentos, seguiram a marcha pela trilha que a garota começava a ter dificuldades em identificar. Há anos ninguém passava por ela, e a vegetação estava tão espessa em alguns trechos que eles praticamente tinham que refazê-la. À tardinha aproximaram-se novamente do leito do rio, e a trilha ficou mais nítida por causa das pedras. Lia recordou-se de seus passeios de infância até a pequena corredeira pela qual estavam passando, e viu as pedras onde brincava com seus amigos.

– Estamos perto agora. – murmurou, mais para si do que para os outros. – Chegaremos antes do anoitecer.

A cada passo que davam o coração da elfa reverberava no peito. A trilha parecia ter sido usada há poucos dias. Os rapazes perceberam, e tornaram-se mais cuidadosos. Lia desceu a encosta, seguiu a trilha que serpenteava por entre as árvores e começou a andar mais devagar, olhando para cima. Raphael a seguiu, olhando em volta. Quando se aproximou da garota, ela o afastou com o braço, e seguiu em frente. Os outros pararam, atentos.

– AMAKIIR!!! – gritou. – ONDE ESTÁ AMAKIIR, ELFOS DA FLORESTA?


Trecho de FLORESTA ESMERALDA

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